A VISITA DAS FONTES
Edição fac-similada e leitura do autógrafo (1657). Introdução e comentário por Giacinto Manupella, (Acta Universitatis Conimbrigensis volume 49 ) Coimbra, 1962, xxxv,667pp., plates, facsimile and transcription on opposite pages. e origem nobre, Francisco Manuel de Melo nasceu em Lisboa a 23 de Novembro de 1608; é, portanto, contemporâneo do P. António Vieira. Estudou com os jesuítas no Colégio de Santo Antão e passou algum tempo na corte de Madrid. Essas duas escolas e o seu empenho permitiram-lhe granjear uma sólida formação humanística. Aos 17 anos escolheu a carreira militar. Esteve inicialmente na marinha, passando depois para o exército. Em 1637 participou na repressão aos revoltosos de Évora. Dois anos depois encontramo-lo na Flandres, lutando contra os holandeses. Em 1640 integrou as forças espanholas encarregues de combater a rebelião da Catalunha. A restauração da independência em Portugal, no mesmo ano, levou-o à prisão; sendo português era naturalmente suspeito de apoiar a causa do Duque de Bragança, futuro D. João IV. Ao fim de alguns meses acabou por ser solto e, pouco depois, aderiu à causa do monarca português, que o encarrega de trazer da Holanda para Lisboa uma frota de 44 navios e munições para o exército. Em 1644 foi detido novamente, acusado de cumplicidade num homicídio. Permaneceu na prisão até 1655, tendo então sido degredado para a Baía (Brasil), onde permaneceu durante três anos, dedicando-se aos seus trabalhos literários e à recuperação das finanças pessoais, por meio do comércio de açúcar. Regressou a Portugal, já depois do falecimento de D. João IV, e conseguiu recuperar o prestígio político, chegando mesmo a ser encarregue de várias missões diplomáticas. É desta fase a sua participação na Academia dos Generosos. Aproveitou os anos de prisão e exílio para escrever algumas das suas melhores obras. É um escritor bilingue: português e castelhano. A sua actividade literária estendeu-se pela poesia, teatro, crítica literária, história, epistolografia e prosa didáctica. Os Apólogos Dialogais incluem quatro textos diferentes: “Relógios Falantes”, “Escritório Avarento”, “Visita das Fontes” e “Hospital das Letras”.Morreu em Lisboa (Alcântara) a 13 de Outubro de 1666. Pouco antes tinha sido nomeado para a Junta dos Três Estados.
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